Valheim será um dos melhores jogos deste ano – PróximoNível

Por um escritor misterioso

Last updated 23 fevereiro 2025

Valheim será um dos melhores jogos deste ano – PróximoNível

Por esta altura já toda a gente deve ter ouvido falar de Valheim, o jogo de sobrevivência do estúdio Iron Gate Studio que fará despertar o viking que há em nós. O sucesso começou a bater à porta do estúdio bem cedo e as reviews dos fãs e da crítica especializada comprovam isso mesmo, isto sem falar das vendas que ascendem os 5 milhões de unidades na altura em que esta crítica está a ser escrita. Vamos então testar este jogo do Steam em Early Access que está a causar furor e sugar grande parte do nosso tempo! Hoje em dia temos jogos de sobrevivência com elementos muito específicos como um mundo desolado e pós-apocalíptico com zombies como DayZ ou State of Decay, ou um tema focado em primatas e dinossauros como Ark, e a Iron Game Studio enveredou por essa mesma abordagem em Valheim através com um mundo inspirado em Vikings e mitologia nórdica. Do meu ponto de vista, este tema um pouco mais fantasioso e menos hostil é sem dúvida um ponto a favor. Toda a estética e temática do jogo torna-o uma lufada de ar fresco dos jogos do mesmo estilo que têm sido lançados nos últimos anos. Se estão habituados a jogos de sobrevivência então em Valheim sentir-se-ão em casa. Os elementos clássicos de progressão no que toca à construção de uma base, armadura e equipamentos continua lá. O jogo faz um bom trabalho em quase obrigar os jogadores a montar e melhorar pontos essenciais para a nossa progressão como as mesas de trabalho e ferragem, fornalhas, e não só. Dito isto temos também vários minerais para colher que irão determinar a força das nossas armas, equipamento e armaduras, seja o bronze, cobre, ferro, etc. Felizmente existe um sistema de progressão subjacente onde sempre que matamos um boss, teremos uma maneira de desbloquear os próximos minerais e seguir assim sucessivamente. Para além da simplicidade e de não haver uma quantidade excessiva de conteúdo, todo o ambiente e as aventuras que iremos encontrar em Valheim tornam o jogo numa experiência altamente imersiva e inesquecível. As Wikis já se tornaram quase como um guia para qualquer jogador, e em Valheim este aspecto está igualmente assente até porque grande parte das explicações são um pouco crípticas ou até inexistentes, algo que eu não acho que seja propriamente positivo, mas seja nas mecânicas como no mundo envolvente, ficamos por vezes um pouco perdidos sobre o que fazer ou como proceder. Se possível, levem outra pessoa para jogar com vocês, pois a partilha de experiência neste jogo com mais gente gera momentos hilariantes. A dificuldade irá ajustar-se à presença de mais pessoas, mas a toda a situação de partilhar tarefas e ideias com outra pessoa tornam todo o jogo mais fácil. Até ao momento não encontrei problemas que fosse gritantes no que toca à experiência multiplayer, mas por vezes sentiram-se alguns problemas de latência e ligação, mas nada de muito grave. A nossa personagem precisa de algum tratamento para podermos ficar fortes e explorar sem problemas e para isso teremos de ter em consideração alguns aspectos. Apesar de existir comida, a fome não é um factor que nos preocupa muito pelo simples facto de não nos matar se ficarmos sem comer, mas sim tornando-se apenas num elemento de fortalecimento. Podemos ter até três peças de comida no nosso sistema digestivo que nos fortalecem de maneiras e intensidades diferentes, por isso teremos de tomar a decisão de comer uma simples fruta ou cozinhar algo mais elaborado para nos oferecer uma força e resistência mais específica. Mesmo assim sinto que o sistema de resistência e stamina da personagem podem ser trabalhados para melhor favorecer o jogador. Muitas das vezes fiquei frustrado por gastar a stamina da personagem num abrir e fechar de olhos mesmo com poções e power-ups que nos ajudam neste sentido. A deslocação pelo mundo pode ser feito a um passo de corrida simples, mas se quisermos correr um pouco mais vemos a nossa stamina ser drenada muito depressa e isto sem falar dos inimigos que vagueiam pelo mundo e requerem uma acção rápida. Poderá ser a impaciência a falar, mas a verdade é que neste mundo vasto, a deslocação para apanhar simples recursos como madeira não deveriam levar tanto tempo. A apresentação de Valheim puxa por dois elementos que tornam este jogo bastante único, primeiro porque as texturas são resolução baixa e que quase de assimilam a um jogo da PlayStation original ou Sega Saturn, mas depois possui alguns elementos de iluminação, nevoeiro, fumo e chuva muito impressionantes. O clima é um factor fundamental, isto porque o nevoeiro, chuva e efeitos adversos dos biomas serão factores de incentivo ou desmotivação para explorar, desta forma até mesmo os efeitos visuais irão afectar e dificuldade a jogabilidade devido à fraca visibilidade. Sendo um jogo em formato Early Access, é claro que o jogo ainda precisa de um tratamento visual completo. Todos os menus, texto e até HUD estão num aspecto bastante arcaico e um pouco amador. Toda a informação passa da melhor maneira sem qualquer sombra de dúvida, mas existe muito trabalho pela frente nesse sentido. As animações no geral estão também um pouco rígidas e por vezes cómicas, como é o caso do salto da personagem, mas é algo deverá ser trabalhado no futuro. Para um jogo em Early Access, toda a experiência foi muito sólida em todos os aspectos, desde a performance, à consistência do conteúdo até ao ambiente envolvente. Com mais de 100 horas neste jogo, posso dizer que os alicerces estão bem assentes e isso pode ser visto desde a reação de quem o compro até à quantidade das próprias vendas. Valheim é uma experiência altamente viciante que consegue misturar os elementos de exploração, sobrevivência e construção de uma maneira excelente. Sem dúvida que o estúdio responsável por este jogo fez o seu trabalho de casa em adquirir todos os bons elementos de um jogo do mesmo género e executá-lo da melhor maneira. O futuro parece risonho para este jogo.